As letras brancas de alguns versos me espreitam
em pé no fundo azul de uma tela atrás
da qual luz natural adentra a janela
por onde ao levantar quase nada o olhar
vejo o sol aberto amarelar as folhas
da acácia em alvoroço: Marcelo está
para chegar. E de repente, de fora
do presente, pareço apenas lembrar
disso tudo como de algo que nao há de
retornar jamais e em lágrimas exulto
de sentir falta justamente da tarde
que me banha e escorre rumo ao mar sem margens
de cujo fundo veio para ser mundo
e se acendeu feito um fósforo, e é tarde.
(Antonio Cícero)
sábado, 30 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Um pouco de voz e muito de silêncio
Cada passo
Cada lágrima somada
Cada ponto do tricô
Seu silêncio de aranha
Vomitando paciência
Prá tecer o seu destino
Cada beijo irresponsável
Cada marca do ciúme
Cada noite de perdão
O futuro na esquina
E a clareza repentina
De estar na solidão
Os vizinhos e parentes
A sociedade atenta
A moral com suas lentes
Com desesperada calma
Sua dor calada e muda
Cada ânsia foi juntando
Preparando a armadilha
Teias, linhas e agulhas
Tudo contra a solidão
Prá poder trazer um filho
Cuja mãe são seus pavores
E o pai sua coragem
Dorme dorme
Meu pecado
Minha culpa
Minha salvação
Musica Mãe(solteira) de Tom Zé e Elton Medeiros
Cada lágrima somada
Cada ponto do tricô
Seu silêncio de aranha
Vomitando paciência
Prá tecer o seu destino
Cada beijo irresponsável
Cada marca do ciúme
Cada noite de perdão
O futuro na esquina
E a clareza repentina
De estar na solidão
Os vizinhos e parentes
A sociedade atenta
A moral com suas lentes
Com desesperada calma
Sua dor calada e muda
Cada ânsia foi juntando
Preparando a armadilha
Teias, linhas e agulhas
Tudo contra a solidão
Prá poder trazer um filho
Cuja mãe são seus pavores
E o pai sua coragem
Dorme dorme
Meu pecado
Minha culpa
Minha salvação
Musica Mãe(solteira) de Tom Zé e Elton Medeiros
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Dia Branco II
percebí que tem coisas que acontecem na vida que são caminhos sem volta. Aquele sentimento de quando vc sai de casa para fazer varias coisas e não vê a hora de retornar para descansar e relaxar...encontrar novamente o ponto de partida. Mas tem coisas que acontecem que nunca mais se consegue voltar ao mesmo lugar, vc tenta voltar e o ponto de partida já não existe mais. Então é preciso tempo, paciencia e bastante reflexão para aprender a estar relaxada e descansada, se adaptar e aprender a se reconhecer nesse novo momento de vida, de ser e consciencia.
E assim vai...
Ela partiu
Partiu e nunca mais voltou
Ela sumiu, sumiu e nunca mais voltou
Se souberem onde ela está
Digam-me e vou lá buscá-la
Pelo menos telefone em seu nome
Me dê uma dica, uma pista, insista
Ei!... e nunca mais voltou
Ela sumiu, sumiu e nunca mais voltou
Ela partiu, partiu
E nunca mais voltou
Se eu soubesse onde ela foi Iria atrás
Mas não sei mais nem direção
Várias noites que eu nao durmo
Um segundo
Estou cansado
Magoado, exausto
E, nunca mais voltou...
(Tim Maia)
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Leminski despejando sobre minha cabeça...e alma II
Aço e Flor
Quem nunca viu
que a flor, a faca e a fera
tanto fez como tanto faz,
e a forte flor que a faca faz
na fraca carne,
um pouco menos, um pouco mais,
quem nunca viu
a ternura que vai
no fio da lâmina samurai,
esse, nunca vai ser capaz.
Quem nunca viu
que a flor, a faca e a fera
tanto fez como tanto faz,
e a forte flor que a faca faz
na fraca carne,
um pouco menos, um pouco mais,
quem nunca viu
a ternura que vai
no fio da lâmina samurai,
esse, nunca vai ser capaz.
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Leminski despejando sobre minha cabeça e alma
Leminski despejando sobre minha cabeça...e alma
já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo
morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma
morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo
morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma
morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma
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Leminski despejando sobre minha cabeça e alma
Essa tal Geografia...
(Anotações de caderno/1°ano, primeiras aulas)
Cidade-conceito da história, comporta relação social como produção.Propriedade Privada.
Na idade média a riqueza está relacionada a propriedade privada da terra do feudo, do campo
Aristocracia-senhor feudal
burguesia/comércio
O capitalismo ocorre com a convergência desses elementos na burguesia. São condição para o modo capitalista. A cidade se desenvolve com o fracionamento (loteamento) da propriedade privada. Lugar da acumulação, concentração, centro. Burguesia-nova ordem na cidade
Transformação-relógio, tempo linear
Agricultura-tempo natural, cíclico
O tempo marca a nova ordem, a possibilidade da "mais valia absoluta" aumenta a produção e a jornada de trabalho. Crise no capitalismo com o desgaste dos trabalhadores. Diminuição da jornada de trabalho cria a intensificação deste gerando a "mais valia relativa".
A ideia de necessidade muda-cidadão consumidor, a produção tem por finalidade a valorização do capital e não as necessidades humanas. O homem se distancia de suas qualidades humanas, se torna submisso. O novo homem é dependente das necessidades que são todas transformadas em mercadoria.
Burguesia-rompimento com a tradição e o passado, rompimento dos referenciais urbanos. Homem x Cidade
Bodelaire: O Cisne / "Paris mudou porém minha melancolia é sempre igual"
Modernidade-Tempo Efêmero
Urbanização x Industrialização
A industria vai induzir uma nova cidade, criação do mundo da mercadoria, implosão do centro, explosão da periferia.Cria-se uma nova realidade urbana própria e independente que vai induzir novas ordens a industria, as relações sociais, o ritmo, o tempo. Transformações da cidade obra para a cidade produto. A historicidade dá lugar a espacialidade. Essência capitalista-permitir a valorização. O espaço é condição e produto do processo de produção. "Tudo o que é solido se desmancha no ar"-filme Avallon?
Lefebvre- conceito de 2° natureza. A marginalização não existe, na medida em que é inerente ao sistema.
Intemperismo-conjunto de acontecimentos na superfície transformantes da rocha dura em material friável, móvel.
Transformações físicas
Quebra por expansão térmica, alivio de pressão, congelamento e degelo da agua, precipitação de sais.
Geografia é Amor! Aja amor e poesia...
Cidade-conceito da história, comporta relação social como produção.Propriedade Privada.
Na idade média a riqueza está relacionada a propriedade privada da terra do feudo, do campo
Aristocracia-senhor feudal
burguesia/comércio
O capitalismo ocorre com a convergência desses elementos na burguesia. São condição para o modo capitalista. A cidade se desenvolve com o fracionamento (loteamento) da propriedade privada. Lugar da acumulação, concentração, centro. Burguesia-nova ordem na cidade
Transformação-relógio, tempo linear
Agricultura-tempo natural, cíclico
O tempo marca a nova ordem, a possibilidade da "mais valia absoluta" aumenta a produção e a jornada de trabalho. Crise no capitalismo com o desgaste dos trabalhadores. Diminuição da jornada de trabalho cria a intensificação deste gerando a "mais valia relativa".
A ideia de necessidade muda-cidadão consumidor, a produção tem por finalidade a valorização do capital e não as necessidades humanas. O homem se distancia de suas qualidades humanas, se torna submisso. O novo homem é dependente das necessidades que são todas transformadas em mercadoria.
Burguesia-rompimento com a tradição e o passado, rompimento dos referenciais urbanos. Homem x Cidade
Bodelaire: O Cisne / "Paris mudou porém minha melancolia é sempre igual"
Modernidade-Tempo Efêmero
Urbanização x Industrialização
A industria vai induzir uma nova cidade, criação do mundo da mercadoria, implosão do centro, explosão da periferia.Cria-se uma nova realidade urbana própria e independente que vai induzir novas ordens a industria, as relações sociais, o ritmo, o tempo. Transformações da cidade obra para a cidade produto. A historicidade dá lugar a espacialidade. Essência capitalista-permitir a valorização. O espaço é condição e produto do processo de produção. "Tudo o que é solido se desmancha no ar"-filme Avallon?
Lefebvre- conceito de 2° natureza. A marginalização não existe, na medida em que é inerente ao sistema.
Intemperismo-conjunto de acontecimentos na superfície transformantes da rocha dura em material friável, móvel.
Transformações físicas
Quebra por expansão térmica, alivio de pressão, congelamento e degelo da agua, precipitação de sais.
Geografia é Amor! Aja amor e poesia...
Pés de cidade
Caminhando em pedra
Sensibilidade aos pés
É preciso caminhar descalço
Tiro os pés deste e alcanço as nuvens
Vôo sob céu que aquece
E esqueço que tudo mais existe
Não quero a vida que assim aprendí
Planos em panos em enganos
Contos e fábulas que me contaram
Pesadelos e modelos em que me amarraram
Solto a voz e o silêncio
Solto os laços e os sapatos
E adormeço de um dia tecido
Ainda é cedo
(1997)
Caminhando em pedra
Sensibilidade aos pés
É preciso caminhar descalço
Tiro os pés deste e alcanço as nuvens
Vôo sob céu que aquece
E esqueço que tudo mais existe
Não quero a vida que assim aprendí
Planos em panos em enganos
Contos e fábulas que me contaram
Pesadelos e modelos em que me amarraram
Solto a voz e o silêncio
Solto os laços e os sapatos
E adormeço de um dia tecido
Ainda é cedo
(1997)
Meu corpo é pedra
Matéria dura
Expressa-se em linguagem própria
Seca
Ao calor esquenta
Invernando congela
Mas sempre sonha água
Quando adormece...
(1996)
.......................................
Minha dureza natural de pedra
É formada de matéria fluida
Agora se encontra depois da travessia
Transformada em dureza térrea
Submersa em maresia,
De terra subterrânea,
suburbana, contraditória
(1998)
Matéria dura
Expressa-se em linguagem própria
Seca
Ao calor esquenta
Invernando congela
Mas sempre sonha água
Quando adormece...
(1996)
.......................................
Minha dureza natural de pedra
É formada de matéria fluida
Agora se encontra depois da travessia
Transformada em dureza térrea
Submersa em maresia,
De terra subterrânea,
suburbana, contraditória
(1998)
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