segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dia Branco I

(duraspaginasquevãoevoltam...aquelahistoriadefaltarpoesianavida...éissomesmo...
poesiaemtudoquevivo...emtudoquevejo...
masasvezessedeixadeenxergar...eamagiasedissipa...seofusca...
tantacoisasepassaaquidentro...plantacoisapassacaderno...)

Um dia acordei de um sono a tarde querendo virar o mundo de cabeça para baixo
Abrir a porta e chamar os amigos para ver o mundo mudando
Todos com as redias de um mundo bonito nas mãos
E as pessoas em extase por verem os sonhos sendo possiveis, juntos...

E depois, deixar todo esse contexto do pensamento e ir longe
desligar daqui e viver
onde isso tudo é possivel em cada risada de criança que acorda e vê o mundo sempre novo

delicioso momento de acordar para um mundo ainda bonito
(Reggae)

Aí vem outros pensamentos como não poderia deixar de ser, afinal a magica é para ser vivida

Uma vez olhei ele com olhos de criança acordando
para o mundo para a magia do amor
Até vontade de tocar a sua pele, para ver que era de verdade
e sentir com o tato toda a magia do momento

Aquela vontade de tudo dizer...
Ver acontecer...
Falar as sensações sobre você...

sábado, 21 de junho de 2008

Imitação da água





De flanco sobre o lençol,
paisagem já tão marinha,
a uma onda deitada,
na praia, te parecias.

Uma onda que parava
ou melhor: que se continha;
que contivesse um momento
seu rumor de folhas líquidas.

Uma onda que parava
aquela hora precisa
em que a pálpebra da onda
cai sobre a própria pupila.

Uma onda que parara
ao dobrar-se, interrompida,
que imóvel se interrompesse
no alto de sua crista

e se fizesse montanha
(por horizontal e fixa),
mas que ao se fazer montanha
continuasse água ainda.

Uma onda que guardasse
na praia cama, infinita,
a natureza sem fim
do mar de que participa,

e em sua imobilidade,
que precária se adivinha,
o dom de se derramar
que as águas faz femininas

mais o clima de águas fundas,
a intimidade sombria
e certo abraçar completo
que dos líquidos copias.

João Cabral de Melo Neto

Dia a dia


Todo o dia
no mesmo horário
saio eu as 10h para comprar pão

A porta da venda
soa a campainha de presença

E o pão?

Ela me diz:
-Ih, não tem mais neste horário...somente estes aqui.
-Tem seis?-Pergunto
-Tem uns vinte...
-Quero seis!
Obrigada

Repetidamente, todos os dias.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Me despeço hoje desse possivel
Quase que foi bom enquanto durou

Mas é preciso ser livre e este espaço que disponho já se cansa

Não há imaginação que sustente uma historia a acontecer

Cansa a imaginação
o sonho
a espera
poderia ser e não foi

Feliz fim
Assim necessário

Encerro com ele este caderno,
que a densidade já pesou demais
E não quero mais guardar paginas em branco