sábado, 14 de julho de 2012

Ouverture La Vie En Close


em latim  
“porta” se diz “janua”
e “janela” se diz “fenestra”
a palavra “fenestra”
não veio para o português
mas veio o diminutivo de “janua”,
“januela”, “portinha”,
que deu nossa “janela”

“fenestra” veio
mas não como esse ponto da casa
que olha o mundo lá fora,
de “fenestra”, veio “fresta”,
o que é coisa bem diversa

já em inglês
“janela” se diz “window”
porque por ela entra
o vento (“wind”) frio do norte
a menos que a fechemos
como quem abre
o grande dicionário etimológico
dos espaços interiores

(Leminski, La Vie en Close)

ante à janela

Oh juventude que nem bossa nova teve
Baque?

Mas não é de passado que se vive, se vive de sim do presente, de desejo, de sonho, de inconformidade
Nem sempre as pessoas são admiráveis, as vezes mais fácil viver de música, cinema e poesia
"Impregar de sentido aquilo que fazemos a todo momento"
"arte" imitação da vida?
E esperança vêm também da construção de valores coletivos, desafio!

Pensamentos vagos que pairam ante à janela.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

amor de mansinho

Ele me espreita sobre a fresta, avaliando se hora de chegar
Eu o respeito de longe, suspeito de perto e se paro para olhar, tenho o impulso de sair correndo
Correr, correr, correr

O Itamar escreveu na música: "quando estou longe, quero ficar perto...quando estou perto, quero ficar dentro...quando estou dentro, quero estar mudo...quando estou mudo, quero dizer tudo"

E é isso mesmo. Mas depois do "quero dizer tudo" e estou longe, quero estar mais longe! Num longe que já existiu e não existe mais. Num longe onde nem fazia tanta questão de estar perto, nem dentro, e de forma ridícula e fria, me sentia livre, feliz e autosuficiente.

Já tive tantas certezas, e hoje parece que nenhuma tenho. Não sei o que é isso, não sei o que fazer e onde me esconder.
Efeito abobalhado!

Nem pude responder a pergunta do amor
Estou gostando de você, e agora?

E agora? E agora... não sei. Não sei.