Por baixo do teu vestido
Vive o meu raciocínio. Tento adivinhar a cor Da tua roupa interior E penetrar nos teus domínios (...) Mandas tu no meu querer Mando eu no teu tesão Em cada gesto, em cada gemido Eu descubro finalmente O que vim fazer aqui E vou descobrindo em ti Os medos que eu próprio tenho As fantasias, os sonhos Que queremos encontrar. Chegamos sempre a acordo Mesmo em pontos discordantes O sexo é tão importante Como é a amizade E eu tenho sempre saudade Da noite de ontem à noite (...) Eu vou longe, eu viajo Eu saio daqui pra fora Eu quero levar-te embora Para um lugar discreto Uma casa no meio do mato Uma lareira, um cão quieto Eu, tu e a Mãe natureza Eu só quero confirmar O que já está confirmado (...) Tudo me é permitido Por baixo do teu vestido Existe um mundo secreto E outros por inventar Existe um clube privado Onde só eu posso entrar
Trechos da poesia Clube Privado de Fernando Girão
...apalpava-lhe as mamas com dedos lassos. Dedos que lhe escorregavam nas axilas, frouxos. O côncavo da mão recusava-lhe os bicos. Afagava-a em medrosos receios.
(...)
E era sexo o que ela queria. Sem denguices e nem rodeios.
Encostou-se nele. Sentiu-o intenso sobre o vestido fino. Segurou-lhe as nádegas. Redondas, tensas. Roçou-se. Cabrita-montesa, pendurou-se-lhe no pescoço. Ganhou-lhe vantagem. Quebrou-lhe a anca magra com as pernas, nuas de saia. Desceu-se lenta. Desfez-lhe o cinto. O botão. O fecho: de cima para baixo, que é o jeito. Mirou-o: quedo, surpreso decerto. (...) Ele depressa se desentendeu com os receios. Arrematou-os. Limpou-se de surpresas. Juntou-se a ela na luta contra eles. Beijou-lhe a boca, sôfrego. Atabalhoado, a língua que lhe rebuscaria interiores, nem eles ainda o sabiam, dançou-lha por cada mamilo em redondos molhados. Ainda não cuspidos, isso a noite o ditaria, mais o desassossego da lua e da partida. (...) Não mais amanhã. E nem depois. Quem sabe, nunca mais. Desprendeu-se do corpo dele que levara susto. Ela riu-se. (...)
Quente animal em cio, passou-lhe a mão entre as virilhas a sentir-lhe o membro. Apertou de leve num misto de raiva e em afago. Num desespero, pensaria, se fosse, ao momento, o caso. Se fosse mais tarde. Um dia.
(...) A lua iluminava o quarto sem mais móveis do que a esteira desdobrada no chão de cimento. Isso, e um pano de cores a servir de nada aos corpos deles, nus, ferventes, e ao quente da noite com lua.
Trechos da poesia de Maria de Fatima
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
noites de ontem
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Um comentário:
Hmmm... Que delícia!!
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