quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Religiosidade

Ha algumas semanas atrás, andei especialmente incomodada com algumas expressões de falta de responsabilidade das pessoas sobre a vida e sua consequências, além da responsabilização de Deus por tudo que acontece.

Foi mais ou menos assim, trabalhando perguntei a uma pessoa se ela poderia estar presente numa atividade que aconteceria ainda na mesma semana. Ela me respondeu: Se Deus quiser.
O que me incomodou é que não pude entender se ele iria ou não estar presente, fiquei pensando como é que eu ou ele ia saber se Deus iria querer que ele estivesse presente, e então tive que esperar até o dia. Parece que ¨Deus quis¨ e ele chegou.

Bom, na mesma semana, também trabalhando, estavamos decidindo sobre algumas coisas importantes e uma das pessoas disse concluindo: Vamos deixar na mão de Deus, que ele sabe o que faz!
Eu não duvido disso, acho que Deus sabe o que faz, mas e nós? Sabemos o que estamos fazendo?
Fiquei com um misto de pena de Deus e das pessoas, afinal são tantas as pessoas e coisas a serem decididas que acho que tem que rolar uma parceria, porque ¨entregar na mão de Deus¨ me parece um pouco comodo demais. Ainda pensei, ok, e se não der certo... será porque Deus não quiz, porque não deu conta, ou porque as pessoas envolvidas não assumiram suas responsabilidades...? Ou porque não somos merecedores da dadiva divina, ou porque não fizemos por merecer...talvez por não assumir a responsabilidade que nos cabia e Deus se aborreceu?

No meu misto de influencia espirita, catolica, antroposófica, cientifica e principalmente do vicio em observar a natureza, aprendi a me incomodar com uma serie de coisas, adorar outras, refletir sobre tudo e a cima de tudo continuar observando.

Sei que as conclusões são necessárias, porém também que elas estão sempre em continua mutação.

Há alguns anos atrás cheguei a conclusão de que o Sagrado e o Profano, são a mesma coisa. Assim como em outro momento, anterior tive a certeza de que a Lua era Deus, e depois de que Deus estava presente no fogo e na linha do horizonte. E em mais um momento senti que eu era Deus. E também em algum momento de que Alberto Caeiro era meu pastor! Assim como Jung via Deus nas borboletas.

Nunca me desfiz de nenhuma dessas conclusões. E apesar de me incomodar quando alguém passa a responsabilidade da sua e nossa vida para Deus, adoro quando alguém fala: Fique com Deus! Aí sim, me sinto abraçada por todo o universo de poder, beleza e aprendizado que a vida é, e que está dentro e fora de mim.

Do meu incomodo com a falta de responsabilidade das pessoas sobre a vida e delegação de suas tarefas e responsabilidades ao seu Deus, percebi que de uma forma ou de outra isso me deixou mais religiosa com minha exigencia do que acredito que a vida e as pessoas podem ser.

Amém!

Um comentário:

Mayumi disse...

eu ontem tive a impressão
que deus quis falar comigo
não lhe dei ouvidos

quem sou eu pra falar com deus?
ele que cuide dos seus assuntos
eu cuido dos meus

(leminski)

te amooo!!
e tem esse outro poema tb:

http://fotolog.terra.com.br/imagempalavra:112

beijones!